É fato que Sofia Coppola tem um rítmo próprio para as suas obras. Vimos isso em “Encontros e Desencontros” e “Maria Antonieta”. A trama é simples, bem como seus dois primeiros filmes. Stephen Dorff interpreta Johnny Marco, um ator de cinema bem sucedido e mulherengo assumido. Sua vida muda quando sua filha de onze anos, interpretada pela belíssima Elle Fanning, passa uns dias com ele, alterando sua rotina e fazendo com que ele reveja o que tem feito da vida nos últimos tempos. Nunca fui muito fã de Stephen Dorff. Johnny Marco é um personagem que não me trouxe nenhum tipo de sentimento. Não senti pena, não senti raiva, não senti emoção, não senti nada. Tudo bem que a sacada de mostrar um personagem rico e famoso e que, ainda assim, não é feliz foi muito bem colocada. Porém, é um desespero quieto num jogo de cena lento demais.
Não precisava dar voltas e voltas com sua ferrari para percebermos que o tal ator de filmes de ação não tinha rumo na vida. Filmes cults também precisam ter rítmo na história. E este não tem. Fica parecendo que Johnny Marco exige um cuidado extra, que na verdade é desnecessário. É um olhar tão insignificante que não nos leva a nenhum tipo de reação. A câmera se afasta e eterniza um momento qualquer, num lugar qualquer (beira da piscina) como se fosse o maior dos prazeres do personagem. Essa até que foi uma boa jogada, uma maneira de colocar aquele momento como algo pleno e que, para Johnny, realmente era, já que o pouco nosso era o glorioso bem estar dele. Mas, ainda assim, é pouco. O filme podia ser mais, acontecer mais.
É muito chato ter o mesmo sentimento durante toda a duração da trama. E o final acaba destruindo tudo que vimos do personagem. É uma bagunça onde nada acontece. Um filme de quase duas horas que poderia ser feito em cinco minutos. Toda a história é resumida na vida de um astro rico, cheio de mulheres, com um carrão de dar inveja e que mesmo assim é infeliz. Só colocam uns olhares vazios e algumas cenas para destacar ainda mais essa infelicidade. A vida de Johnny não acontece e a emoção de quem assiste também não. É um lugar qualquer, um filme qualquer, um personagem qualquer.
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