sábado, 4 de junho de 2011

O Poder e a Lei


O filme "O Poder e a Lei" é uma adaptação do livro "Advogado de Porta de Cadeia" (publicado pela Editora Record no Brasil), de Michael Connelly. O ator Matthew McConaughey é Mick Haller, pai de família separado e advogado que circula em Beverly Hills com seu motorista negro em um Ford Lincoln. Vem a ele um playboy (Ryan Phillippe) acusado de espancar uma garota de programa e Mick aceita conduzir o caso, mesmo incerto da inocência do cliente. O filme é a mistura perfeita de suspense dramático com uma boa trama policial.


O personagem de Matthew começa a repensar sobre sua vida profissional e reflete sobre a defesa de um possível criminoso ao mesmo tempo em que descobre não ter conseguido livrar um inocente da cadeia. Esse é o dilema de Mick. Não posso contar muito para não estragar nada para quem ainda vai assistir, mas todo o desenrolar do filme gira em torno do sistema judiciário. E, nesse sentido, o filme é impecável. A história trabalha a canastrice dos advogados e mostra como a lei, até a americana, é falha. Debocha, sem piadas, dessa ética moral que os profissionais da área de Direito tanto defendem.

O mais intrigante de tudo é que Mick defende criminosos de segunda categoria, daí pega um caso que pode mudar sua vida: um “mauricinho” milionário que é acusado de espancar uma prostituta. Todas as provas o incriminam, mas qual será a saída de Mickey? Por que um milionário o contrataria? Por que prender um inocente e absolver um possível culpado? Essas e outras questões de tribunal são levantadas de forma brilhante na trama. É uma história que deve ser vista e discutida. São valores morais que interferem na vida das pessoas, deixando claro o cotidiano comum e a possibilidade de assistir isso na vida real. Deixa balançado quem é a favor da pena de morte por explorar um sistema falho de justiça injusta. Sabemos que todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Mas e se tudo que se provou foi falso? Um bom promotor (ou um bom advogado) pode fazer um mais um resultar em sete. E, ainda assim, a lei pode aceitar isso e decretar verdade. Um excelente filme.

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