terça-feira, 26 de abril de 2011

O Rio de Janeiro continua lindo?



Um homem morreu e vários bairros ficaram debaixo d'água na cidade do Rio de Janeiro, principalmente na zona norte, depois que uma forte chuva atingiu a cidade na noite desta segunda-feira (25) e a madrugada de hoje (26). O alerta das sirenes em onze comunidades da Grande Tijuca, na zona norte, que estavam em situação de alto risco, foi suspenso. Mas, durante a manhã, a prefeitura informou que a cidade voltou ao estado de atenção – o segundo estágio uma escala de quatro - com previsão de chuva fraca a moderada durante o dia. Algumas pessoas ficaram mais de oito horas paradas no trânsito, mas o meu caso foi diferente. Fui ao cinema no shopping da Tijuca para assistir um filme na sessão de 21h20. Por volta de 23h30 a ficção acaba, meus amigos e eu voltamos ao mundo real e nos deparamos com várias pessoas no estacionamento do shopping com um medo danado de ir embora pra casa. O motivo era óbvio: a cidade era somente água. Carros boiando, lixo pra todo lado, essas coisas que nós vemos nos noticiários. Tudo ali bem pertinho de mim. Nunca fiquei tanto tempo dentro de um shopping. Eram pessoas dormindo no chão, nos bancos, na frente das lojas e até na praça de alimentação. Crianças chorando, idosos sem posição para dormir, pessoas cansadas do trabalho e que não podiam voltar pra casa. Ninguém ousava enfrentar a enxurrada, ficamos todos ilhados dentro do shopping. A postagem aqui do blog sempre entra com horário diferente, agora são 11h10. Saí por volta de 7h30 do shopping, ainda não dormi, e cheguei 8h da manhã em casa.




Segundo o prefeito Eduardo Paes, que passou a madrugada no Centro de Operações da Prefeitura, em apenas quatro horas parte da cidade recebeu o volume de água esperado para um período de 40 dias. De acordo com o Centro de Operações, nas últimas 24 horas choveu 275,8 milímetros, mais do que o previsto para todo o mês de abril. Há um ano, em abril de 2010, tempestades torrenciais paralisaram a cidade por completo por mais de 24 horas. E o que foi feito? Nada. A coisa se repetiu. Na Grande Tijuca, o pico da chuva, na madrugada, foi o terceiro maior desde a criação do sistema de medição, em 1997. Segundo os dados, choveu quase 100 milímetros em uma hora, mais do que o registrado em abril do ano passado. As chuvas provocaram o deslizamento de uma pedra do tamanho de um caminhão, que interditou a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá. O bloco de rocha de 300 metros cúbicos atingiu a pista durante a madrugada, mas ninguém se feriu com o acidente. Tudo bem que choveu bastante e que está mais do que na hora das pessoas se conscientizarem de não jogar lixo nas ruas. Mas o governo também precisa tomar uma atitude para isso não se repetir. Nós pagamos impostos, governantes. Não culpem apenas o volume da chuva, a cidade está um chiqueiro.

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