Um blog que funciona do meu jeito: sem rótulos. Posso falar de cinema, música, teatro, utilidades e, também, futilidades públicas. Jornalismo sem restrições. Lembrando que eu mudo de opinião, sim. Portanto, não me deem fórmulas certas. Não sou o mesmo sempre. Podemos ter opiniões diferentes, e isso não é um problema. Aqui tem espaço de sobra para comentários, críticas e sugestões. Soltem o verbo. Quem escreve o que quer lê o que vier... www.facebook.com/eudanielromano ou daniel.romano@msn.com
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Rio
O protagonista é Blu (voz original de Jesse Eisenberg), uma ararinha azul macho capturada no Rio de Janeiro que vai direto do seu ninho para o frio de Minnesota, onde é adotada por Linda (Leslie Mann). A vida dos dois é autocentrada, com um tomando conta do outro para tudo, sem deixar espaços para a moça se envolver com outro ser humano, nem para a pequena ave sequer aprender a voar. Até a chegada de Tulio (Rodrigo Santoro), um estudioso amante das aves que viajou até os Estados Unidos atrás da última arara azul macho que se tem conhecimento. Sua missão é levar a ave de volta para o Brasil, para se acasalar com a fêmea Jade (Anne Hathaway) e assim perpetuar a espécie.
Ainda há rótulos gritantes que detonam a cidade do Rio. E isso não era esperado (pelo menos por mim) em um desenho animado com diretor brasileiro. Tráfico de pássaros, micos roubando as pessoas para simbolizar trombadinhas e um menino de rua ajudando traficante para ganhar um trocado. Ainda que seja tudo verdade, será que era mesmo necessário? Acredito que não. Pricinpalmente pelo fato do público alvo ser infantil. E isso não acontece só no Rio de Janeiro. Por que essa insistência de que tudo que é ruim acontece aqui? Já estou farto de ver filmes que só mostram a favela e o lado podre do Rio de Janeiro. Será que só temos isso para mostrar? Não. E esta animação, felizmente, também fez questão de colocar isso.
O filme mostra um cenário amplo da cidade. Os personagens passam por diversos cartões postais e vão do Cristo Redentor à Copacabana. Se divertem no carnaval, sambam, voam de asa delta, dão de cara com o bondinho e se deparam até com a bunda da mulata brasileira (de forma rápida, lógico). Estamos falando de um desenho para divertir a família toda. Porém, infelizmente, é tudo retratado pinceladamente. A aventura é boa, mas poderia ser menos caricata com os cariocas. Estamos falando de uma fantasia. Blu e sua turma, sem dúvidas, vão divertir a criançada. Criança não tem maldade e não pesca essas coisas que nós, adultos, captamos nas mensagens embutidas da história. Mas, eu, sou adulto. Portanto, daria uma puxada de orelha no Carlos Saldanha. Não precisava, mesmo com o cenário real que vivemos, apresentar nossa cidade dessa forma. Já somos mal vistos, não é preciso reforçar. E, além de tudo, a animação permite um mundo fantasioso. Poderíamos ter visto um Rio de Janeiro sem violência.
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