segunda-feira, 30 de maio de 2011

Rio


O protagonista é Blu (voz original de Jesse Eisenberg), uma ararinha azul macho capturada no Rio de Janeiro que vai direto do seu ninho para o frio de Minnesota, onde é adotada por Linda (Leslie Mann). A vida dos dois é autocentrada, com um tomando conta do outro para tudo, sem deixar espaços para a moça se envolver com outro ser humano, nem para a pequena ave sequer aprender a voar. Até a chegada de Tulio (Rodrigo Santoro), um estudioso amante das aves que viajou até os Estados Unidos atrás da última arara azul macho que se tem conhecimento. Sua missão é levar a ave de volta para o Brasil, para se acasalar com a fêmea Jade (Anne Hathaway) e assim perpetuar a espécie.

Ainda há rótulos gritantes que detonam a cidade do Rio. E isso não era esperado (pelo menos por mim) em um desenho animado com diretor brasileiro. Tráfico de pássaros, micos roubando as pessoas para simbolizar trombadinhas e um menino de rua ajudando traficante para ganhar um trocado. Ainda que seja tudo verdade, será que era mesmo necessário? Acredito que não. Pricinpalmente pelo fato do público alvo ser infantil. E isso não acontece só no Rio de Janeiro. Por que essa insistência de que tudo que é ruim acontece aqui? Já estou farto de ver filmes que só mostram a favela e o lado podre do Rio de Janeiro. Será que só temos isso para mostrar? Não. E esta animação, felizmente, também fez questão de colocar isso.

O filme mostra um cenário amplo da cidade. Os personagens passam por diversos cartões postais e vão do Cristo Redentor à Copacabana. Se divertem no carnaval, sambam, voam de asa delta, dão de cara com o bondinho e se deparam até com a bunda da mulata brasileira (de forma rápida, lógico). Estamos falando de um desenho para divertir a família toda. Porém, infelizmente, é tudo retratado pinceladamente. A aventura é boa, mas poderia ser menos caricata com os cariocas. Estamos falando de uma fantasia. Blu e sua turma, sem dúvidas, vão divertir a criançada. Criança não tem maldade e não pesca essas coisas que nós, adultos, captamos nas mensagens embutidas da história. Mas, eu, sou adulto. Portanto, daria uma puxada de orelha no Carlos Saldanha. Não precisava, mesmo com o cenário real que vivemos, apresentar nossa cidade dessa forma. Já somos mal vistos, não é preciso reforçar. E, além de tudo, a animação permite um mundo fantasioso. Poderíamos ter visto um Rio de Janeiro sem violência.

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