quarta-feira, 18 de maio de 2011

Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos


Na trama, Alfie (Anthony Hopkins) se divorcia de Helena (Gemma Jones) para buscar sua juventude perdida, na forma da acompanhante profissional Charmaine (Lucy Punch). Filha de Alfie e Helena, Sally (Naomi Watts) também se vê infeliz no casamento com Roy (Josh Brolin) e apaixona-se por seu chefe na galeria de arte onde trabalha, Greg (Antonio Banderas). Roy, por sua vez, escritor que nunca conseguiu superar o sucesso de seu primeiro livro, se deixa levar pela beleza da vizinha Dia (Freida Pinto).


É impressionante como Woody Allen consegue fazer graça das nossas tristezas. É fantástico ver como ele consegue fazer o cotidiano comum não ficar chato dentro de um filme. O engraçado nessa história é que todos estão esperando que alguém chegue e mude suas vidas. A trama mostra essa busca por uma pessoa perfeita e ao mesmo tempo mescla com a mensagem de que não precisamos ter ninguém para sermos felizes.


Algumas tiradas bobas passam despercebidas, mas valem ser lembradas. Uma senhora vai na casa da outra e pede uísque ao invés de chá. O ex-marido paga pessoas para se passarem por clientes de sua ex-esposa para que ela tenha distrações e não sofra com a separação. Um homem se separa e apaixona-se pela vizinha da janela da frente. E, da janela da frente, observa sua ex-mulher como há tempos não observava. São sacadas que Woody Allen sabe, unicamente, encaixar em qualquer obra que faz. São cenas que não necessitam de diálogo entre os personagens. Ou você adere a mensagem ou acha o filme um tédio.


Mas, talvez, o que mais chame a atenção em "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos" seja descobrir quem encontra esse tal homem dos sonhos. Claro, não vou contar. É de forma inteligentíssima que as coisas acontecem. Uma filha se preocupa com a superação dos problemas da mãe. Mas será que a mãe realmente tem problemas? O cômico de uma pessoa aparentemente triste e que, na verdade, está feliz. O riso debochado (eu ri) de quem se importa com os "problemas" do outro e esquece dos próprios. E, com chave de ouro, fazendo a gente se deliciar e acreditar que as ilusões dão melhores resultados que os remédios.

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