quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Como Não Perder Essa Mulher

Jon Martello (Joseph Gordon-Levitt) é um mulherengo assumido. A vida do cara se resume em trabalho, carro, apartamento, família, malhação, igreja e sexo (muito sexo). Porém, Jon é mais fascinado por filmes pornôs do que pelas relações sexuais de fato. O cara é tão fanático que prefere as masturbações assistindo vídeos de frente pro computador do que o sexo em si. As coisas mudam de figura quando ele conhece Barbara (Scarlett Johansson). Don Jon, como é chamado pelos amigos, finalmente se apaixona. Mas o filme não para por aí. Não é somente uma historinha boba, como naquelas comédias românticas que já estamos cansados de ver. A trama é bem mais interessante do que parece.

Apesar de ter o sexo como tema central, o filme não se resume nisso. Muitas mensagens embutidas são introduzidas de maneira sutil. Posso resumir dizendo que há uma quantidade de regras que um ser humano comum precisa seguir. Temos que casar, ter filhos, fazer um bom curso, ter um bom trabalho e etc. E até que ponto vale viver o que os outros querem pra gente? Será que nossos pais estão sempre certos? Será que um padre pode nos entender em um simples confessionário e julgar nossos erros representando Deus? Talvez não. Mas Jon vive exatamente esse dilema e segue um bando de regras estipuladas pela família, pela namorada e pela igreja.

Algumas sacadas são muito bem colocadas e temos que ficar atentos para não deixar passar. Reparem na personagem que fica o tempo inteiro mexendo no celular. É muito do que a gente vê hoje em dia. Parece que o mundinho da internet é muito mais interessante do que o mundo real. As pessoas mandam muitos beijos por mensagens instantâneas e dão poucos abraços pessoalmente. Achei muito bacana colocar isso no filme, pois é algo muito atual e que realmente me incomoda. É muito papo online, muita gente conectada pra conversar e um ao vivo de poucas palavras e pouco contato. Foi um jeito interessante de dar um puxão de orelha nesse pessoal que não larga o celular nem por um segundo. Mostra que quem muito se ausenta uma hora deixa de fazer falta. O roteiro também veio para desbancar opiniões já tão formadas sobre religião, amor e sexo. Não é aconselhável para os seguidores dos bons costumes, já que não recrimina quem transa sem compromisso e nem vê o casamento como símbolo da felicidade. Um jeito bem suave, e em tom de comédia, de pedir pra cada um tomar conta da sua própria vida. Muito bom!

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