quarta-feira, 11 de março de 2015

Sniper Americano

Chris Kyle mostra seu heroísmo já no início da trama, defendendo o irmão na escola. Desde a infância, percebemos que a vocação de Kyle é livrar os inocentes do mal. E é no exército que ele encontra o caminho perfeito para assumir e aperfeiçoar o seu dom. Chris se torna uma lenda dentro da força de operações especiais da marinha americana. Em quatro passagens pelo Iraque, o sniper americano somou quase duzentas mortes. Um atirador de elite de uma mira precisa, protegendo seus colegas e mostrando um patriotismo bonito de se ver.

Não posso esquecer de destacar o ator Bradley Cooper, que está brilhante em cena. Ele encarna o personagem de tal forma que muitas vezes esquecemos quem é quem. Sniper Americano não é um filme que agrada a todos os estômagos. Mostra a guerra sem maquiagens, com batalhas sem questionamentos. Não está em discussão se o inimigo é adulto ou criança, ainda que isso mexa com o lado humano do personagem. Mas é importante citar isso para que o público saiba o que esperar. E não é somente aí que o lado sentimental de Kyle aparece. O atirador vive um dilema dentro de si mesmo e carrega sempre o peso do campo de batalha em seus pensamentos. Um barulho de furadeira e até o assobio de uma panela de pressão pareciam suspeitos nos pensamentos de um homem que não conseguia mais viver um cotidiano comum ao lado de sua esposa e seus filhos.

Li algumas críticas dizendo que Sniper Americano é a glorificação da violência americana no Iraque. Pois que seja. O filme é ótimo e fica impossível dizer o contrário disso. Clint Eastwood mais uma vez acerta com maestria. Trata-se de uma história real, forte e intensa (e muito bem contada) de um atirador de elite condecorado por sua atuação na Guerra do Iraque. Como não mostrar violência em um filme de guerra? Vamos ser coerentes, por favor. Sem contar que a trama não se resume a tão pouco, as cenas de desespero da personagem Taya (Sienna Miller) querendo o marido fora da guerra emocionam bastante. O que vale a pena ser discutido nesse filme não é a violência, e sim a vida dos soldados que retornam do Iraque e carregam um fardo pesado. Eles são psicologicamente afetados pela guerra e muitas vezes de maneira irreversível. Sniper Americano é um filme que precisa ser visto.

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