segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Homens Em Fúria


O filme começa bem, fazendo o público pensar sobre o direito que temos de julgar os outros. Senti ódio do personagem principal logo no início da trama. Que moral tem um homem que comete chantagem com a própria mulher para que ela não o abandone? Como ele pode avaliar e julgar alguém? Esse tema tinha tudo para obter um roteiro bem elaborado. Não foi o caso. Tudo isso que acabei de dizer fez parte apenas da primeira cena, coisa de cinco ou dez minutos. No decorrer da trama, só nos deparamos com um detento tentando convencer um agente de condicional a antecipar sua saída da prisão. E o moço não está sozinho, ele conta com a ajuda e sensualidade de sua bela esposa. Mas a história não emplaca, não há surpresas. Não tem jogada de cena, rítmo, nada. Uma mesmice entediante. A parte boa é que o elenco está excelente. Quem sustenta o filme são eles, com atuações impecáveis. Frances Conroy talvez tenha ficado com a parte mais complicada, interpretando Madelyn. Uma mulher esgotada com o casamento, infeliz e melancólica. E deu conta do recado, conseguindo um feito não muito fácil: superar Robert De Niro. Mesmo com um texto tão pobre para sua personagem, Conroy fez bonito. Edward Norton e Milla Jovovich também estão em suas melhores fases, com papeis muito bem interpretados. Milla conseguiu finalmente se desvencilhar dos zumbis, mostrando que pode mais do que pular de um lado pro outro em um filme de ação. É esse quarteto que sustenta o longa, fazendo com que o público continue animado de assistir até o fim. Mas não espere um filmaço e nem se anime com o título. São apenas pessoas cometendo erros durante a vida. E, dependendo do tempo que se perde, fica tarde demais para recomeçar. Nada mais.

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