Anora (Mikey Madison) é uma dançarina exótica e prostituta que acredita ter achado o seu bilhete premiado para uma vida de conto de fadas quando conhece Ivan (Mark Eydelshteyn), o filho de um ricaço russo que vai de cliente a namorado, e de namorado a marido, em um espaço de poucas semanas. Quando a poderosa família do rapaz fica sabendo do matrimônio, os pais e seus capangas passam a fazer de tudo para separar o casal.
Até aqui estamos apenas na sinopse e preciso destacar algumas questões nas quais me fizeram assistir a trama. Todos nós, brasileiros, estávamos numa torcida fervorosa para Fernanda Torres como melhor atriz no Oscar 2025. Era quase Copa do Mundo. Comigo não foi diferente, torci bastante, mas também assisti A Substância e sabia que Demi Moore teve uma atuação espetacular. O que me assustou de verdade foi a vitória de Mikey Madison como melhor atriz. Bastante frustrado por conta da nossa Fernandinha, decidi assistir Anora.
Foi difícil tentar separar a frustração da torcida brasileira no Oscar quando comecei assistir. E pra ser bem sincero, no início do filme, parecia que eu estava vendo um episódio de Malhação, uma trama adolescente com aqueles romances jovens, novatos e sem a menor graça.
Se tratando do prêmio de melhor atriz, talvez o conteúdo central de A Substância de Demi Moore tenha muito a dizer nesse momento. O assunto é etarismo e o preconceito com as mulheres com mais de 50 anos. Falando nisso, vocês sabiam que a maioria dos votantes do Oscar são homens brancos, heterossexuais e com mais de 60 anos? Será que isso realmente não quer dizer nada nessa vitória de Mikey Madison? Vale a reflexão.
Sobre Anora, não sei se vale uma premiação de melhor filme e muito menos de melhor atriz, mas a história vai ganhando peso, englobando a comédia dentro de um tema forte da vida de uma garota de programa. Vai deixando o besteirol juvenil de lado e o roteiro vai ganhando corpo, ficando interessante e (vou falar bem baixinho pra nossa queridona nem notar que Ainda Estou Aqui) o pior de tudo é que o filme é bom! E eu juro que desde o início entrei na sala do cinema querendo achar qualquer motivo para dizer o contrário. Mas é bom!
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