
Em Sobrenatural: A Origem, de Leigh Whannell, o conteúdo não
é muito diferente do que já vimos antes. A atmosfera é a mesma e os desfechos
também. A origem sobrenatural antecede a história da família Lambert e nos
deparamos com a médium Elise (Lin Shaye), que já vimos morrer, vivinha da
Silva. A trama conta a vida da adolescente Quinn (Stefanie Scott), com atuações
medianas. A garota sente falta da mãe, falecida há pouco tempo, e é assombrada
por uma entidade maligna, assustadora e feia pra caramba. Nenhuma novidade é
relevante, então acredito que a sinopse de abertura dispensa minuciosas
apresentações.

O grande acerto desse terceiro filme está nos detalhes dos
sustos que levamos. Somos pegos totalmente desprevenidos, em cenas que não
imaginávamos levar susto. Na primeira cena do acidente de carro eu quase pulei
da cadeira do cinema. Não posso contar mais do que isso pra não estragar a
surpresa de quem ainda não assistiu. A questão é que esses sustos repentinos
não são considerados como ponto positivo pra se qualificar uma trama em um
patamar de "bom filme", já que fazer levar susto não significa mérito
algum. Sabe aquela sensação quando esquecemos o som no volume máximo antes de
ligar alguma coisa? É exatamente essa a experiência, porém, de certa forma, funciona.
Só acho preocupante, porque isso está virando hábito nos filmes de terror. Será
que aprimorar a forma de dar susto no público é a melhor forma de acertar?
Minha resposta é "não", mas essa é somente a minha opinião.

A trilha sonora é muito boa, mas alguns exageros acabam
deixando a trama um pouco cômica e isso não é bacana. A Elise lutando e fazendo
caras e bocas pra empurrar uma entidade demoníaca fogem um pouco do terror e
beiram a comédia. As salpicadas de humor são válidas e importantes, mas precisam
ter um ponto certo, sem dispersar demais a atenção. Essa origem de Sobrenatural
não é ruim, o problema é que dificilmente encontramos um perfeito exemplar de
terror. Quero muito sentir novamente a adrenalina que senti na franquia de
Jogos Mortais. Não gosto de fazer comparações, mas quando a gente acostuma com
algo bom, precisa vir algo melhor ainda pra superar as nossas expectativas.
Infelizmente não é o caso.
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